No último sábado (05), banhistas na Praia de Putiri, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, vivenciaram um fenômeno meteorológico raro e assustador: uma tromba d’água. O fenômeno aconteceu por volta das 17h e pegou de surpresa quem estava na praia.
Um dos banhistas, que registrou o momento em vídeo, contou que a situação começou a ficar estranha quando o mar se tornou extremamente agitado. “O vento estava tão forte que quase perdi uma bola enquanto brincava na areia”, relatou. Ele observou, então, a formação de um redemoinho no céu, acompanhado por um fechamento do tempo, o que sinalizou a aproximação do fenômeno.
Outros banhistas também captaram imagens e vídeos, em que é possível ver o redemoinho se formando no céu, com nuvens escuras e o clima rapidamente mudando. Nossa equipe teve acesso ao vídeo que mostra o momento exato registrado por uma câmera de um celular. Confira o vídeo.
Vídeo Instagram ES na Fita:
O que é uma tromba d’água?
Muitas vezes confundido com furacão ou tornado, a tromba d’água é um fenômeno meteorológico distinto. Ela ocorre quando uma nuvem carregada de chuva forma um funil sobre uma área ampla de água, geralmente sobre o mar, como foi o caso em Aracruz. Embora pareça com outros fenômenos, a tromba d’água tem características próprias que a tornam única.
Tromba d’água x cabeça d’água
Embora ambos os fenômenos envolvam grandes quantidades de água, eles são diferentes. A cabeça d’água ocorre principalmente em rios ou cachoeiras, quando uma nuvem volumosa se rompe repentinamente, provocando uma chuva intensa que aumenta rapidamente o volume de água em áreas já saturadas, o que pode causar inundações perigosas.
Por outro lado, a tromba d’água se forma sobre grandes corpos de água, como oceanos ou rios caudalosos, e é mais comum em regiões como o Norte do Brasil. A principal diferença entre eles está no local de ocorrência: a cabeça d’água é um fenômeno de áreas fluviais e a tromba d’água é marítima.
Como se proteger?
Durante o verão, muitas pessoas procuram refrescar-se em rios, cachoeiras e praias, mas é essencial estar atento às mudanças no clima e nas condições ambientais para evitar situações de risco, como trombas d’água ou cabeças d’água.
A meteorologista Marlene Leal, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alerta sobre os sinais que podem indicar a aproximação de tais fenômenos. “Até um trovão ou trovoada pode ser um indicativo de que a chuva está se aproximando”, afirmou. Além disso, o aumento da intensidade do vento ou o escurecimento repentino do céu pode ser um sinal de que uma cabeça d’água está se formando mais acima no curso de um rio ou cachoeira.
Em caso de estar em uma área de risco, a especialista sugere procurar terrenos elevados para se proteger, como pedras altas ou encostas, para evitar ser arrastado pela correnteza.
Tem como saber quando vai acontecer?
Não, nem a tromba d’água nem a cabeça d’água são fenômenos previsíveis com exatidão. Segundo Leal, os mapas climáticos não conseguem indicar com precisão quando ou onde esses eventos irão ocorrer. Embora seja possível detectar a probabilidade de chuvas em uma determinada região, o fenômeno pode acontecer de forma repentina, sem avisos claros.
Portanto, é crucial estar atento às condições climáticas e evitar áreas de risco durante períodos de chuva forte, especialmente em locais com grandes volumes de água.