Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, conhecida como “Diaba Loira”, foi assassinada a tiros na madrugada desta sexta-feira (15), em meio a um confronto entre facções rivais na Zona Norte do Rio. O corpo foi encontrado desovado em Cascadura após intensos tiroteios nas comunidades do Fubá e do Campinho.
Procurada
Procurada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), Eweline era apontada como integrante do Terceiro Comando Puro (TCP) e estava envolvida com o tráfico de drogas e organização criminosa.
Antes de entrar para o mundo do crime, Eweline levava uma vida comum em Santa Catarina, onde morava com o marido e os dois filhos. Em suas redes sociais, publicava fotos da gravidez, momentos em família e exibia medalhas conquistadas em competições esportivas. Sem tatuagens e com uma rotina aparentemente pacata, a jovem surpreendeu amigos e familiares ao mudar radicalmente de vida.


Do trauma à criminalidade
A guinada no destino de Eweline teria começado após ela sobreviver a uma tentativa de feminicídio, em que teve um dos pulmões perfurado por um ex-companheiro. O episódio a levou a fugir para o Rio de Janeiro, onde, segundo investigações, ela ingressou inicialmente no Comando Vermelho (CV).
Nas redes sociais, passou a ostentar armas de grosso calibre, como fuzis, e frases provocativas que refletiam sua nova realidade:
“Não me entrego viva, só saio no caixão”.
publicou em uma de suas postagens.
Com o tempo, Eweline trocou de lado e passou a integrar o TCP, facção rival do CV, o que intensificou ainda mais sua exposição e risco. Em julho, após um confronto na comunidade do Bateau Mouche, foi jurada de morte por antigos aliados do Comando Vermelho.
Confronto e execução
Segundo fontes da Polícia Civil, o assassinato ocorreu durante uma ofensiva do CV contra o TCP nas comunidades do Fubá e do Campinho, áreas de intensa disputa pelo controle do tráfico. O corpo da “Diaba Loira” foi encontrado horas depois, com marcas de tiros.
Poucas semanas antes da morte, Eweline voltou a se manifestar nas redes sociais, desafiando seus inimigos:
“Era pra eu ter medo. Mas é bem difícil, né, bebê? Eu estive do lado de vocês esse tempo todinho, e sei que vocês são despreparados.”
declarou em uma rede social.

Guerra entre facções
O assassinato de Eweline ocorre em meio à escalada da guerra entre CV e TCP, que já dura mais de dois anos e se intensificou após a morte de Kaio da Silva Honorato, o “Kaioba”, líder da “Equipe Caos” e figura importante do CV. Ele foi morto no Morro do Fubá, também por membros do TCP.
A disputa territorial pelo controle de comunidades como Fubá, Campinho, Água Santa e Bateau Mouche tem resultado em sucessivos confrontos armados, mortes e o aumento do clima de tensão entre moradores.
A Polícia Civil segue investigando os responsáveis pelo homicídio de Eweline, que, segundo investigadores, pode ser mais um capítulo sangrento na violenta disputa entre facções no Rio de Janeiro.