Está marcado para as 8h do dia 22 de agosto o julgamento do cabo da Polícia Militar Thafny da Silva Fernandes, acusado de matar o adolescente Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, durante uma abordagem policial no município de Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo. O caso, ocorrido na manhã de 1º de março de 2023, gerou comoção em todo o Estado após imagens da ação serem divulgadas por uma câmera de segurança.
O julgamento acontecerá no Tribunal do Júri de São Mateus, após decisão de desaforamento — ou seja, transferência do caso da comarca de origem para outra — a fim de garantir a imparcialidade e segurança do processo. A informação foi confirmada por fontes do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que também destacaram que o processo tramita sob segredo de Justiça. Reportagem com base nas informações do jornal A Gazeta.
Sem chance de defesa
Segundo as investigações, o jovem foi morto com um disparo à queima-roupa enquanto já estava rendido, com as mãos para trás, encostado em uma parede. A cena, registrada por videomonitoramento, chocou a população e repercutiu amplamente nas redes sociais e veículos de imprensa.
O cabo Thafny foi preso no mesmo dia, juntamente com outros dois policiais militares que participaram da ação. Até o momento, não há informações oficiais sobre o andamento das investigações em relação aos demais envolvidos. Thafny segue preso no Presídio Militar, no Quartel do Comando-Geral da PM, em Vitória.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar na época, coronel Douglas Caus, os militares foram acionados após denúncias de que indivíduos armados estariam intimidando moradores no bairro São Geraldo. Ainda segundo ele, os suspeitos estariam envolvidos em disputas por pontos de tráfico na região, que já havia registrado uma tentativa de homicídio e um assassinato semanas antes.
Na operação, três suspeitos foram abordados: um fugiu, outro foi preso com um simulacro de arma de fogo, e o terceiro — Carlos Eduardo — foi detido após pular o muro de uma casa, portando uma pistola, segundo a PM. No entanto, nas imagens que capturam o momento do disparo fatal, não há qualquer sinal de arma com o adolescente.
O jornal A Gazeta tentou contato com a defesa do cabo Thafny da Silva Fernandes, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.