Um pastor de 49 anos foi preso na manhã da última sexta-feira (25), em Anchieta, no litoral Sul do Espírito Santo, suspeito de abusar sexualmente de pelo menos quatro meninos. O caso, que chocou a comunidade local, envolve o uso de artifícios religiosos e sessões de hipnose para manipular e explorar as vítimas.
Entenda o caso
A investigação começou após uma denúncia feita pela mãe de uma das vítimas, que registrou um boletim de ocorrência em setembro do ano passado. A titular da 10ª Delegacia Regional de Anchieta, Luiza Jacob, informou que as vítimas são todas do sexo masculino e maiores de 14 anos. Contudo, a natureza dos abusos levou a investigação a classificar os atos como estupro de vulnerável.
“Teve ao menos quatro vítimas, todas do sexo masculino e maiores de 14 anos. O suspeito apresentava um modus operandi específico, utilizando artifícios religiosos para enganar as vítimas. Ele realizava cultos e sessões de hipnose em diferentes locais: em sua residência e, em um dos casos, no banheiro de uma igreja local,” declarou a delegada.
Metodologia dos abusos
Durante as sessões, o pastor alegava que realizava “curas” e, aproveitando-se do estado de vulnerabilidade proporcionado pela hipnose, cometia os abusos. A técnica utilizada pelo suspeito permitia que ele explorasse a fragilidade emocional e psicológica dos adolescentes, tornando-os incapazes de resistir.
“Embora as vítimas fossem maiores de 14 anos, o caso foi enquadrado como estupro de vulnerável, levando em consideração que os adolescentes não puderam oferecer resistência. As sessões de hipnose criavam uma situação em que as vítimas estavam impossibilitadas de resistir,” explicou Luiza Jacob.
Prisão e consequências legais
O pastor foi preso em Maimbá, um distrito de Anchieta, durante o cumprimento de um mandado de prisão preventiva pelo crime de estupro de vulnerável. Após a detenção, ele foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da Justiça.
A prisão foi efetuada pela Polícia Civil, através da Delegacia Regional de Anchieta, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Anchieta, relacionado ao crime de estupro de vulnerável.
O suspeito não apresentou resistência à prisão e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra.
A situação levanta preocupações sobre a segurança de jovens em contextos religiosos e a vulnerabilidade que pode ser explorada por líderes que abusam de sua autoridade. A Polícia Civil e o Ministério Público continuarão a investigar o caso, buscando garantir que outras possíveis vítimas possam se manifestar e receber apoio.