Na próxima segunda-feira (19), Sebastião Carlos da Silva será levado a julgamento pelo assassinato de sua filha, Brenda Luz da Silva, ocorrido em junho de 2024 no bairro Santos Dumont, em Vitória. O caso, que chocou a comunidade, será avaliado pelo Tribunal do Júri, conforme anunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Denúncia e contexto do crime
Sebastião foi denunciado pelo MPES por homicídio qualificado, com motivo fútil e em um contexto de violência doméstica, configurando feminicídio. A promotoria busca a condenação do réu e a fixação de um valor mínimo para reparação de danos, tanto materiais quanto morais, não inferior a 300 salários mínimos por vítima.
O crime ocorreu na noite de 8 de junho de 2024, em um ambiente familiar marcado por tensão. Sebastião e Brenda viviam em quitinetes no mesmo terreno, e a relação entre eles era conturbada. Durante uma discussão, o pai desferiu um soco no rosto da filha e a feriu com uma arma branca no braço, deixando o local imediatamente após o ataque inicial.
Tragédia anunciada
Sebastião retornou mais tarde à residência onde moravam e, após nova discussão, atacou Brenda com um canivete, desferindo golpes que a feriram gravemente, incluindo cortes no pescoço e em um dos seios. A filha de Brenda, de apenas quatro anos na época, presenciou a cena trágica. A vítima tentou buscar ajuda aos vizinhos, mas não sobreviveu aos ferimentos, morrendo na escadaria em frente à casa.
Homem frio sem compaixão
A Polícia Militar, que atendeu a ocorrência na época, encontrou Sebastião no local, sentado em sua cama. Ele confessou ser o pai da vítima e admitiu ter desferido os golpes com o canivete, que foi encontrado em sua posse, ainda sujo de sangue.
Expectativas para o júri
O julgamento de Sebastião Carlos da Silva promete ser um momento significativo para a comunidade e para a luta contra a violência doméstica. A expectativa é que o caso traga à tona não apenas a busca por justiça para Brenda, mas também uma reflexão sobre as dinâmicas de violência dentro do ambiente familiar e a necessidade de proteção para vítimas de feminicídio.
O MPES reforça a importância deste julgamento como um passo na luta contra a impunidade em casos de violência doméstica, e a sociedade aguarda ansiosamente para que a justiça seja feita.