Uma megaoperação de segurança pública resultou na prisão de 32 foragidos da Justiça no Espírito Santo. Deflagrada na manhã desta última terça-feira (05), a Operação Trivium foi realizada simultaneamente em 21 municípios capixabas e teve como objetivo localizar e capturar indivíduos considerados de alta periculosidade, com mandados de prisão em aberto.
A ofensiva é fruto de uma ação integrada entre a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sei-Sesp), Polícia Civil (PCES), Polícia Militar (PMES), Polícia Penal (PPES) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado à Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Inteligência e integração
A operação foi planejada a partir de um relatório elaborado pelo Ciberlab, que identificou foragidos da Justiça escondidos no Espírito Santo. A partir dessas informações, a Subsecretaria de Inteligência da Sesp realizou o cruzamento de dados, monitoramento dos alvos e coordenou a atuação das forças policiais.
De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno, a Trivium é um marco na integração de informações e esforços entre os órgãos. “Esta Operação é um exemplo de sucesso e de integração. É aquilo que a gente defende todos os dias no Programa Estado Presente aqui no Espírito Santo, a integração das forças de Segurança, inclusive reunindo atores em níveis municipal e federal. O Ciberlab nos ajudou muito a localizar indivíduos que estavam foragidos aqui no Espírito Santo, alguns com mandados de prisão expedidos há mais de dez, quinze anos, inclusive oriundos de outros estados”, afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, destacou.

Prisões e apreensões
Ao todo, 180 agentes participaram da operação, que tinha como meta o cumprimento de 61 mandados de prisão. Desses, 32 foram cumpridos: 14 pela Polícia Civil, 13 pela Polícia Militar e 5 pela Polícia Penal. As diligências também resultaram na apreensão de armas de fogo e munições.
Os detidos respondem por crimes como homicídio, latrocínio, estupro de vulnerável, tráfico de drogas e roubo. Entre os destaques está a prisão de um homem de 34 anos, acusado de matar um rival do tráfico em Vila Nova de Colares, na Serra, em 2015, e de tentar matar o irmão da vítima semanas depois. Na mesma cidade, um homem de 67 anos foi preso por estupro de vulnerável cometido em Juiz de Fora (MG). Ele estava escondido no Espírito Santo há 11 anos.
Em Viana, foi preso um homem de 44 anos acusado de cometer um homicídio em Praia de Carapebus, na Serra, em 2021. Com ele, os policiais apreenderam uma pistola e uma arma longa. Outro preso, também de 44 anos, matou um idoso para roubar sua aposentadoria, em 2004, no município de Irupi. Outro detido de 68 anos havia matado uma pessoa a facadas para roubar R$ 180 da vítima em 2009, na cidade de São Francisco (MG).


Recado às organizações criminosas
Durante coletiva de imprensa, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço, ressaltou que a operação reforça o compromisso do Espírito Santo com a segurança pública. “O Estado não será esconderijo para criminosos, sejam eles capixabas ou vindos de fora. Essa operação, a primeira nesse formato, será repetida. A integração com o Ministério da Justiça foi fundamental e vai se aprofundar”, declarou.
“O Ciberlab faz um trabalho de excelência, fornecendo material para o Brasil todo. Eles conseguiram uma relação de indivíduos foragidos da Justiça que poderiam estar no Espírito Santo e nós trabalhamos nesse relatório por cerca de dois meses, apurando todos os alvos, com um trabalho de inteligência, investigação, levantamentos, que alcançou o resultado de hoje. Não há dúvidas que teremos outras fases desta operação”, afirmou o subsecretário de Estado de Inteligência da Sesp, Romualdo Gianordolli Neto.