Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Militar resultou, na última terça-feira (21), na prisão de dois homens suspeitos de abater cavalos e vender a carne para açougues, restaurantes e churrasquinhos na Grande Vitória. A ação faz parte da Operação Estado Presente, deflagrada no Norte do Espírito Santo, e foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Fundão.
De acordo com o delegado Leandro Sperandio, titular da unidade, os suspeitos, de 24 e 67 anos, foram flagrados transportando 390 quilos de carne de cavalo em um veículo interceptado no distrito de Praia Grande, em Fundão. O produto seria entregue a estabelecimentos em Jacaraípe, Nova Almeida, no município da Serra e em bairros de Vila Velha.
Abate clandestino e crueldade com os animais
As investigações apontam que o esquema começava no município de Aracruz, onde cavalos eram furtados de fazendas da região. Os animais eram levados para uma área rural conhecida como Cupido, onde ocorriam os abates de forma cruel e sem qualquer controle sanitário.
“Encontramos, em uma plantação de eucalipto, um cavalo que havia acabado de ser morto e outros 15 animais abatidos de forma irregular. Os dois presos têm experiência em açougue e faziam o corte da carne rapidamente”.
explicou o delegado Sperandio.
Os policiais encontraram as cabeças e o couro dos animais no local do abate. Segundo o delegado, os suspeitos utilizavam armas de fogo, machados e facas para matar os animais. Após o abate, a carne era transportada em veículos cobertos apenas por uma lona — sem refrigeração adequada e em condições que violam as normas da Vigilância Sanitária.


Crimes e consequências
Os dois homens foram autuados em flagrante por maus-tratos a animais, crime contra a saúde pública e crime contra o consumidor. Eles foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória de Aracruz.
A carne apreendida foi descartada em local apropriado com acompanhamento da Vigilância Sanitária. Já os estabelecimentos que teriam recebido o produto estão sendo monitorados pela Polícia Civil.
“Esse tipo de crime afeta toda a sociedade, pois a carne irregular pode causar graves riscos à saúde. Pedimos que qualquer informação seja repassada ao Disque-Denúncia 181”.
destacou o delegado Sperandio.
População pode ajudar nas denúncias
A polícia acredita que outras pessoas estejam envolvidas no esquema e pede ajuda da população para denunciar práticas semelhantes. A corporação reforçou o pedido de colaboração da população: informações que possam ajudar nas investigações podem ser repassadas anonimamente pelo Disque-Denúncia 181.
