Um policial penal de 35 anos foi preso na madrugada do último domingo (06), suspeito de agredir, ameaçar e abandonar a própria namorada em uma área isolada na zona rural de Viana, na Grande Vitória. A informação consta em um boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil. A vítima, também de 35 anos, relatou ainda que o homem estava embriagado, armado e chegou a dar voz de prisão a ela durante a discussão.
Segundo o relato da mulher, o casal participou de uma festa no interior do município. No local, o policial penal teria consumido grande quantidade de bebida alcoólica, o que teria causado desconforto na namorada. Após se afastar dele, o suspeito teria se irritado, iniciado uma série de xingamentos e, ao perceber que estava sendo filmado, puxou os cabelos da vítima e tentou tomar o celular à força.
A mulher contou que foi colocada dentro do carro pelo suspeito, que dirigiu até uma rua deserta e a mandou descer. Sozinha e com medo, ela ligou para a irmã pedindo ajuda. No entanto, o policial penal voltou ao local antes da chegada da familiar, prometendo levá-la para casa. Durante o trajeto, ele voltou a insultá-la e recusou-se a parar o veículo, mesmo diante do pedido da vítima.
Vítima cogitou se jogar do carro em movimento
Ainda segundo o boletim de ocorrência, a mulher chegou a pensar em se jogar do carro em movimento, temendo por sua vida, já que o homem dirigia embriagado e armado. Em determinado momento, o suspeito teria gritado: “Sou policial penal, estou te dando voz de prisão”, e levou a vítima até a Delegacia Regional de Cariacica. No local, ela apresentava arranhões nos braços e solicitou medida protetiva de urgência.
O policial penal foi preso em flagrante e encaminhado à Penitenciária de Segurança Média 1 (PSME1), onde permanece à disposição da Justiça.
Corregedoria apura o caso
Em nota, a Polícia Penal do Espírito Santo informou que instaurou um procedimento de investigação preliminar, por meio da Corregedoria, para apurar os fatos. A instituição destacou que o caso foi atendido por autoridade policial e segue em trâmite na esfera criminal.
A corporação ainda afirmou que reitera seu compromisso com a legalidade, ética funcional e, sobretudo, com o combate à violência contra a mulher.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), à qual a Polícia Penal é vinculada, também foi procurada pelo jornal A Gazeta para comentar o caso, mas não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.
Já a Polícia Civil informou que o policial penal foi autuado em flagrante pelos crimes de lesão corporal, ameaça, sequestro ou cárcere privado, desobediência e condução de veículo sob efeito de álcool, todos com base na Lei Maria da Penha.
Reportagem elaborada com base nas informações do jornal A Gazeta.