Na última quinta-feira (08), a Polícia Penal desmantelou um esquema de comunicação ilegal dentro da Penitenciária de Segurança Máxima 1, em Viana. Um professor de informática, identificado como Leonardo Ribeiro Lira, de 46 anos, foi preso suspeito de atuar como mensageiro dos detentos, recebendo compensações financeiras para entregar cartas aos familiares dos presos.
Leonardo, servidor público da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e contratado temporariamente desde janeiro, confessou que durante suas aulas, os internos redigiam mensagens que ele armazenava em pen drives para serem entregues posteriormente. Segundo informações da Polícia Penal, o professor recebia cerca de R$ 500 por cada carta, uma prática que gerou preocupações sérias sobre a segurança e a integridade do sistema penitenciário.
A investigação começou após setores de inteligência da polícia perceberem a movimentação suspeita do professor. Durante a abordagem, foram encontrados em seu veículo três pen drives, um dichavador, uma máquina de lavagem a seco contendo maconha, duas buchas de haxixe e R$ 1.200, dinheiro que, segundo Leonardo, era proveniente dos pagamentos dos familiares dos detentos.
Conteúdo das cartas
As cartas analisadas pelos policiais continham pedidos de drogas e instruções para o pagamento ao professor, evidenciando um envolvimento direto de Leonardo com atividades ilícitas. A Polícia destacou que, apesar de o professor alegar ser apenas um usuário de drogas, as evidências coletadas sugerem uma participação ativa no tráfico dentro do presídio.
E agora o que vai acontecer?
Leonardo foi autuado em flagrante por corrupção passiva e posse de entorpecentes para consumo próprio. Após os procedimentos legais, ele foi encaminhado ao sistema prisional. A Sedu, em nota, informou a rescisão do contrato do professor e ressaltou que as investigações seguirão com a polícia.

Aulas em outros presídios
Além de dar aulas na Penitenciária de Segurança Máxima 1, o professor também trabalhava em outras instituições, incluindo o Feminino de Cariacica, a Penitenciária Agrícola em Viana e o Centro de Detenção Provisória II. No entanto, a polícia não encontrou indícios de que ele estivesse envolvido em atividades ilícitas em outras unidades prisionais.
Este caso levanta questões sérias sobre a segurança no sistema penitenciário e o papel de profissionais que atuam dentro dessas instituições. A polícia reforça a importância da atuação dos educadores na ressocialização dos detentos, mas destaca que a integridade dessa classe deve ser preservada e mantida livre de suspeitas de corrupção e envolvimento em crimes. As investigações continuam para assegurar que tais práticas não se repitam.