Uma manifestação organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Limpeza e Conservação do Espírito Santo (Sindilimpe-ES) terminou em confusão e pelo menos quatro feridos na manhã desta quarta-feira (23), na portaria de uma siderúrgica localizada no Polo Industrial, no município da Serra.
O protesto fazia parte da greve iniciada pela categoria na última segunda-feira (21), com pautas relacionadas à equiparação e melhoria de benefícios como vale-alimentação, vale-transporte, cesta natalina e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Durante o ato, manifestantes incendiaram pneus na entrada da empresa, o que levou a Polícia Militar a intervir.
Situação complicada na região
De acordo com vídeos que circularam nas redes sociais, houve correria, uso de spray de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha por parte da PM. A presidenta do Sindilimpe-ES, Evani Reis, conhecida como Baiana, criticou duramente a atuação dos policiais. Nossa equipe teve acesso ao vídeo que mostra o momento exato do ocorrido. Confira o vídeo.
Vídeo Instagram ES na Fita:
Clima de tensão
“As viaturas foram chegando e esses policiais, de maneira truculenta, com bala de borracha, spray de pimenta, agrediram vários trabalhadores, arrastaram uma diretora no chão, uma falta de respeito. Durante todas as greves que conduzi, nunca vi uma atitude da polícia desse jeito”.
afirmou Evani.
O sindicato informou que quatro manifestantes precisaram ser atendidos em unidades de saúde, incluindo a UPA, o Hospital Dório Silva e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Outros feridos foram registrados, mas não necessitaram de atendimento médico. Mesmo após o episódio, o sindicato confirmou que a greve continuará.
O que diz a Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar explicou que os manifestantes bloquearam a via e atearam fogo em objetos, o que exigiu a atuação da Força Tática com uso de “equipamentos menos letais”.
“Os manifestantes ficaram mais hostis e começaram a arremessar objetos contra os policiais. Ocorrência em andamento”.
informou o comunicado da corporação.
Posicionamento da ArcelorMittal
A ArcelorMittal Unidade Tubarão, onde ocorreu a manifestação, também se manifestou, esclarecendo que o movimento é de responsabilidade do Sindilimpe-ES:
“Cabe ao sindicato da categoria ou Patronal se posicionar sobre o assunto”, disse a empresa, em nota.
O Sindilimpe-ES afirma estar aberto ao diálogo e aguarda uma proposta do setor patronal para encerrar o movimento.