A Polícia Civil do Espírito Santo esclareceu, nesta quinta-feira (16), o assassinato brutal da travesti José Nilton Tereza, de 23 anos, ocorrido há três anos no bairro Jardim Limoeiro, na Serra. A vítima foi morta com 17 facãozadas em via pública, em um crime que chocou a população pela extrema violência e frieza da autora.
Acusada na cadeia
Durante coletiva de imprensa, o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, apresentou detalhes da investigação que levou à prisão de Luciana Coutinho da Costa, acusada de cometer o homicídio no dia 26 de setembro de 2022.

Imagens fortes e crime a sangue frio
Captado por câmeras de segurança da região, o crime teve grande repercussão devido à violência das imagens, que mostravam a vítima sendo golpeada e arrastada pelo asfalto na rua conhecida como “Copo Sujo”, em Jardim Limoeiro. Nossa equipe teve acesso ao vídeo que mostra o momento exato do ocorrido. Confira o vídeo.
Vídeo Instagram ES na Fita:
Crime cruel
“Esse foi um crime que nós nunca desistimos de solucionar, principalmente pela brutalidade. As imagens são das mais fortes que já obtivemos em relação a homicídios”.
afirmou o delegado Rodrigo Sandi Mori .
Investigação minuciosa e prisão da suspeita
Segundo Sandi Mori, a principal dificuldade para elucidar o crime foi o medo dos moradores em denunciar a suspeita, que era temida na região. No entanto, através do mapeamento de características físicas e comportamentais da mulher que aparecia nas imagens — como modo de andar, compleição física e vestimentas — a polícia conseguiu chegar até Luciana.
Testemunhas reconheceram a suspeita com segurança, o que permitiu à DHPP solicitar sua prisão temporária, cumprida no dia 12 de setembro deste ano, também em Jardim Limoeiro. Apesar de negar envolvimento, Luciana foi indiciada por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
Vingança por furto em prostíbulo
As investigações apontam que o assassinato foi motivado por vingança após José Nilton furtar o celular de um cliente dentro de um prostíbulo administrado pelo namorado de Luciana. O local, que alugava quartos para programas, era frequentado por travestis, mulheres e homens.
Segundo o delegado, Luciana era possessiva e violenta, especialmente em relação ao namorado, e temia que o furto chamasse a atenção da polícia para o local. Testemunhas relataram que a acusada reagiu com fúria ao saber do ocorrido.
Execução planejada e extrema violência
Luciana teria se preparado para o crime: vestiu roupas escuras, prendeu o cabelo, colocou um boné e pegou um facão novo. Ela encontrou a vítima na rua e a atacou com 13 golpes nas costas e no tórax. Mesmo tentando fugir, José Nilton caiu poucos metros adiante, quando foi atingida por mais quatro golpes fatais na cabeça e no rosto.
Após o crime, Luciana ainda arrastou o corpo por alguns metros antes de fugir do local.

Conclusão do inquérito e resposta à sociedade
“Foi um trabalho minucioso, feito com paciência e cruzamento de informações. Mesmo depois de três anos, conseguimos identificar e prender a autora, garantindo uma resposta à sociedade e à família da vítima”.
concluiu o delegado.
Com passagens por furto e tráfico de drogas, Luciana segue presa preventivamente enquanto o processo tramita na 3ª Vara Criminal do Júri da Serra.
